Entre Quatro Paredes | resenha.


Creio que todos nós já nos enganamos com alguém em algum ponto da vida, mas se enganar e ter de ficar quieto(a) por medo é um absurdo. 




“Entre Quatro Paredes” é tão intenso, que em determinados momentos, eu notei que prendia o ar ou até mesmo tinha de dar uma parada pra tomar um copo d’água. 


Às vezes o casamento perfeito é a mentira perfeita.




Jack é um advogado renomado em casos de mulheres vítimas de violência doméstica. Grace é sua bela esposa, dedicada em tempo integral ao marido e aos afazeres de casa. Quem olha de fora só consegue invejar essa vida conjugal de “comercial de margarina", entretanto tudo muda quando eles fazem um jantar para recepcionar Esther e Rufus, seus novos vizinhos. 

Esther, no começo, parece invasiva e um tanto quanto arrogante, mas no decorrer da trama, ficamos cientes de que ela suspeita de toda essa felicidade. Tudo é tão perfeito que chega a ser estranho. Esposa perfeita, cozinheira perfeita, esbelta, bonita. É irreal demais. Além de Esther e Rufus, mais um casal está presente, Diana e Adam, que são encantados demais por Jack para notar alguma anormalidade. Ainda durante a recepção, somos apresentados a Millie, irmã de Grace, que, por ter síndrome de down, após completar 18 anos, vai morar com o casal. 

As meninas ficaram de se encontrar para almoçar na próxima semana e Diana sempre reclama que Grace não vai, mas qual não foi a surpresa delas ao ver que, não apenas Grace, mas Jack também aparece pra almoçar? Durante o almoço, Jack é o encantador de sempre. Arrancando suspiros e fazendo as pessoas pensarem em como Grace é sortuda por compartilhar a vida com aquele exemplo de homem. Mas se Grace é tão sortuda, por que quando Esther pergunta seu telefone ou e-mail ela disse que compartilha com Jack? E por que será que Grace não atende a porta quando está sozinha se passa o dia todo em casa. 

Quando somos apresentados ao casal, de início já sabemos que há algo de errado e no decorrer dos dois primeiros capítulos conseguimos imaginar o que seja e quem, no final das contas, é o antagonista. O livro é pesado, mas rápido. É narrado em primeira pessoa e alterna entre presente e passado.
Em geral, livros assim me deixam entediada, contudo Paris teceu uma trama tão viciante, que a cada “viagem” ao passado, me deixou querendo ficar mais tempo por lá. O desfecho do livro não deixa pontas soltas e é bem surpreendente. “Entre Quatro Paredes” foi o livro de estreia da autora e, que venha outros no mesmo nível. 

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