O Papel | reflexão.



A escuridão cercava o cemitério. Uma sombra e apenas um movimento se distinguia em meio aquelas lápides sem vida.
Apenas mais alguém tentando fugir da realidade cruel.

A menina de cabelos castanhos encaracolados, olhos tristes e amendoados queria acreditar, pelo menos pela última vez, que todos os comentários sobre a vida NÃO ser bela, serem mentira. Porém ela estava começando a desacreditar no mundo, nas palavras... Nela mesma.
Ela deixou de ver o lado bom das coisas, e aprendeu a dar mais valor em deduções sem fundamentos... Então foi ao único lugar aonde pudesse ficar sozinha.


Abriu sua bolsa e lá encontrou seu caderno. Pensou em escrever, mas não teve forças.
É mais fácil desacreditar do que confiar, mas ela ainda queria ter esperanças. Porém, não conseguia.

Tudo em sua cabeça passava muito rápido, mas ela precisava tentar. Queria pelo menos, uma última vez, provar que ela e sua existência humana valiam a pena.
Ela deixou toda a sua ambição de lado e se concentrou em sua história.

Pegou seu caderno e uma caneta e começou a escrever. Contou para o papel tudo o que ela sentia, como doía e como ela estava se sentindo sozinha. Contou que estava sem esperança e queria alguma força para continuar. Ela contou também como estava cansada das pessoas dizendo que a vida não tinha graça e que ela não era bela, mas a menina não acreditava.

Então terminou. Leu sua história, a mesma que estou escrevendo agora, e em meio a lágrimas se sentiu uma tola por ter desacreditado na última coisa que ainda fazia sentido para ela.

A menina riu para si mesma e concluiu que a vida é como um livro em branco e um desenho sem cor. Como um livro porque somos NÓS quem escrevemos a nossa história e escolhemos o gênero: romance, drama, ficção, ação, comédia, terror ou auto-ajuda. E é como um desenho porque somos nós quem ilustramos o jeito como queremos viver. Você pode deixá-lo monocromático, ou pintá-lo com todas as cores que VOCÊ QUISER.

(RebecaLoraneh)


KüsseKüsses2


Comentários

Postagens mais visitadas